quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Curtas da semana

Esta semana Sidney registrou o dia mais frio de Outubro dos últimos 30 anos. Ontem (22/10), a temperatura máxima foi de 14,3°C (segundo sites de notícias australianos), sendo que a média para este mês é de 22°C. Além do clima gelado, chuva e vento também têm dado o ar da graça e feito gente passar vergonha com guarda-chuva do avesso em plena primavera. Eu mesma ando perdendo de 10 a 0 pra ventania, uma cena e tanto. Agora é esperar o sol voltar pra aquecer outra vez minha viagem por aqui.

Além da informação meteorológica de hoje, trago também um comentário que pode matar a curiosidade dos apreciadores da culinária exótica. Eu experimentei carne de canguru! Ao contrário do que imaginava, sentí o mesmo remorso que comer uma suculenta picanha, ou seja, nenhum. A carne é macia e o sabor lembra carne de vaca, porém é mais forte e adocicado. Não vejo a hora de saborear o próximo prato típico da região. Será que coala também vai pra panela?!

domingo, 19 de outubro de 2008

Rala Juliana

Vim contar a última boa nova: estou trabalhando! Comecei como garçonete em um restaurante libanês neste fim de semana e posso dizer que a experiência está sendo um mix de sentimentos. Em primeiro lugar, trabalhar não estava previsto na minha viagem pela Austrália, mas como estou aqui de bobeira mesmo, um “faz-me-rir” a mais na carteira será bem-vindo. Levei alguns “nãos” de outros lugares onde pedí por emprego, fiz um teste sem sucesso em um café, até que fui aceita na equipe da minha nova e não-muito-querida chefe libanesa.

No restaurante, usando um uniforme vermelho-escuro e um sapatinho de boneca horroroso (do estilo que só as minhas amigas sabem como eu não simpatizo), limpo, seco, varro, ponho a mesa, tiro a mesa e durante as nove horas de serviço de pé penso “que droga, não preciso disto, mas que se dane, vou fazer um dinheirinho e me divertir como puder”. Seria estressante se não fosse cômico ouvir aquela libanesada brigando em meio à fumaça, louça suja e galinha frita na cozinha ou ser chamada atenção com um alto “yala Juliana” no meio do restaurante. Que engraçado, eu me divirto.

Por ora, pretendo continuar com este bico por mais alguns fins-de-semana. Qualquer mudança de planos, seja por encontrar outra fonte de salário melhor ou por não agüentar mais aquele cenário de novela “O Clone”, vocês saberão. Que o melhor aconteça. Insha'Allah!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Carta da Margarida

Meu blog anda mais parado que água foco de dengue, eu sei. Tem leitor fiel achando que fui atacada por coalas assassinos ou que resolví abandonar tudo e viver de hippie descalço na praia. Por enquanto, nem um nem outro. Pra variar estou sem a bendita internet e, pelo visto, o sinal do vizinho não deve voltar. Até que eu não penetre em outra sociedade de internautas clandestinos, minhas aparições por aqui serão igual visita de médico, curtas e sem previsão de retorno.

Continuo em Sidney e continuo sem data pra deixar este lugar. Tenho perambulado centro adentro entre shoppings, cinemas e praças de alimentação, e também cidade afora, tomando cerveja gelada na beira da praia do jeito que o diabo gosta. Como meu joelho não é de ferro e nem o meu bolso um buraco sem fim, tenho freqüentado uma academia e procurado um bico pra fazer um dinheiro enquanto fico por aqui.

Este fim de semana fui ao Cirque du Soleil, outro espetáculo que estava na minha lista de “não voltar para o Brasil sem ir ou fazer”. O circo reúne o melhor da capacidade elástica e equilibrista humana, um show de arte corporal. Circo nota dez. Até o palhaço deles faz a platéia rir. Raro!

Pra terminar a postagem de hoje com mais cor, deixo fotos de um passeio pelo South Head Point, a tranqüila área sul da cidade. Até a próxima! Saudades.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sem idéia para título

Desde que terminei minha peregrinação pela Europa andava passando longe de museus e qualquer outro tipo de passeio com muita informação. Que me julguem os mais cultos, mas minha mente já dava sinais de leseira só de pensar em processar arte e história. Como foi bom chegar aqui e correr pra onde fosse verde e cheirasse cocô de bicho. Perdão pela indelicadeza.

Então hoje, depois de uma semana só na boa, voltei a procurar um programa cult. Fui pela manhã ao Australian Museum, o maior museu de história natural da Austrália. Além de uma exposição sobre arte aborígene e seus místicos significados, os fósseis de dinossauros tomando conta do salão foram outra grande atração.

Antes de partir pra próxima parada do dia, fui conhecer a Sant Mary´s Cathedral e já fiquei pra minha primeira missa na Austrália. A Paz de Cristo.

Meia hora de ferry boat da Grande Sidney e às 3 horas da tarde cheguei em Manly, a principal área de lazer do norte da cidade. Só tive tempo de explorar o distrito por uma hora, mas foi o suficiente pra confirmar a fama. Praia, bares, lojas e um calçadão animado me deixaram com vontade de voltar a Manly pra pelo menos um dia inteiro.

Abaixo, pose pra foto no North Head Point, também em Manly.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Tudo Azul

Depois de dias a céu nublado, hoje fez uma terça-feira linda em Sidney! A foto de cima foi tirada da ponte de Darling Harbour pela manhã. Acordei saltitante com o sol na janela e com a programação do dia pronta na cabeça. Pisei na rua antes das oito horas com a intenção de estar cedo no Taroonga Zoo, mas por sérios problemas particulares de senso de direção, só 2 horas e meia depois cheguei ao zoológico.

Enfim, na fila pra comprar o ingresso, depois de caminhar vários quarteirões, pegar trem e ferry boat, fui salva de pagar AU$39,00 por mais uma santa alma que cruzou o meu caminho. Entrei de graça com uma mãe e seus dois filhotes com um passe que ela tinha para quatro entradas. Ainda existe gente boa neste mundo. E pensando pelo meu bolso, até que não foi tão mal errar o sentido do caminho. E mais... A mãe me ofereceu casa pra ficar em Canberra se algum dia eu aparecer por lá. É mole?! Eita guria de sorte essa.

O Taroonga Zoo valeu a pena não só pelos cangurus e coalas bebês pendurados nas suas respectivas mamães, pelo cheiro de elefante, pelos shows e etc, mas muito pela visão panorâmica de Sidney que o zoológico tem. Olha o privilégio da paisagem durante o show dos pássaros:

Depois de tomar meu rumo de volta pro centro e depois de algumas comprinhas baratas, fui ao cinema IMAX assistir um filme em 3D. Segundo a propaganda deles, é lá que fica a maior tela de cinema do mundo. É oval e grande, mas tenho minhas dúvidas. O vídeo em 3D é o maior barato, e os óculos então, um charme! Mente quem diz não ter vontade de pegar tudo que parece chegar pertinho e não proteger o rosto pra não ganhar uma espirrada d'água.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Caçando com gato

Em dia de chuva, todo improviso é vantagem. O tempo feio ainda não foi embora de Sidney e a tentativa de um piquinique esta tarde no parque foi por água abaixo. Como nunca nem tudo está perdido, a comilança aconteceu na sala de casa mesmo e com direito a toalha florida no chão pra não perder todo o encanto.

Comigo na foto, os anfitriões que tanto me fazem sentir em casa. Grande abraço pro trio! E, aproveitando a melação, outro alô pro amigo Edson Paes, que foi quem fez o meio de campo dessa nova amizade.

domingo, 5 de outubro de 2008

Chega de chuva

O relatório de hoje é curto como foi meu domingo.

Já acordei com uma hora do dia a menos porque o horário de verão começou esta madrugada por aqui. Isto significa que a partir de agora ganho mais uma hora de sol pra aproveitar a temporada na Austrália.

Bom, esta horinha hoje valeu tanto quanto ganhar uma nota de papel do banco imobiliário, porque o tempo continua feio em Sidney. Iria acampar neste fim de semana, mas a chuva melou o passeio. Quem sabe uma outra oportunidade. Não tenho feito visitas a pontos turísticos por estes dias porque prefiro esperar o calor voltar. Acho que vou começar a fazer a dança do sol, quem sabe o astro rei resolve aparecer.

sábado, 4 de outubro de 2008

“Oh chuva, eu quero que caia devagar”

Mesmo de baixo de chuva esta cidade continua alegre! O dia em Sidney amanheceu molhado e fresco, mas nada que impedisse os turistas de trocarem os chapéus por sombrinhas e saírem rua a fora explorando a cidade. Eu também fiz o mesmo e fui conhecer o Chinese Garden, o jardim chinês de Sidney. Sou suspeita pra opinar sobre locais que lembram Cingapura, mas o lugar é um refúgio lindo e tranquilo no meio da muvuca do centro da cidade. Tomei um chá de jasmin pra entrar no clima do passeio e curtí a paz do ambiente enquanto caminhava pelos caminhos cheios de significados.

Almocei no famoso Fish Market, um mercado de frutos do mar que também acomoda uma praça de alimentação disputadíssima nos dias de sábado (como hoje).

A minha tarde foi preguiçosa. Passei a filme e chocolate na casa onde estou hospedada. Já a noite foi mais agitada, fui a alguns bares da cidade conhecer a vida noturna da city. Aqui não falta opção pra cair na noite! Ah se minha cidadezinha tivesse um quinto disto tudo...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dia de sol

Esqueci de comentar que ontem a noite caí na festa aqui em Sidney, fui parar em uma boate de salsa. Essa dança é febre por aqui, o pessoal chega a fazer aula pra riscar o salão quando sai pra dançar. É animadíssimo!

Com essa animação toda não acordei muito cedo hoje, mas no fim da manhã fui conhecer o Chinatown, o bairro asiático onde você encontra comida barata e todas as outras mercadorias existentes na cidade a preço de banana. Dei uma geral pelas redondezas e planejei voltar outro dia pras minhas compras "made in china".

Hoje ainda dei meu primeiro mergulho no Oceano Pacífico. Estou batizada! Fui à Coogee Beach com amigos brasileiros, que por sinal fazem um bom barulho por aqui. A comunidade brazuca é grande em Sidney, tem que cuidar com os comentários maldosos nas ruas senão é capaz de levar tapa na orelha. Abaixo, um pedaço de Coogee Beach vista de um dos vários cafés que beiram a praia.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Cartões-postais de Sidney

Pulei cedo da cama hoje pra passar o dia entre as áreas de Rocks e Circular Quay, onde ficam as duas principais “estrelas” de Sidney: a Opera House e a Sydney Harbour Bridge. No caminho pra primeira atração, um calçadão daqueles que turista adora: sorvete, lojinhas e artistas de rua. Olha eu atrapalhando o som dos aborígenes aí:

Ficar de frente pra Opera House foi ver meu sonho em “carne e osso”. O sentimento de conquista fez arrepiar. Depois de tantos anos com aquela imagem na cabeça, finalmente fiz parte do cenário. Falar assim parece mais dramático que novela mexicana, mas não tem sensação igual a conseguir realizar o que se muito planejou. O suspiro é tão fundo que não cabe no peito!

A Opera House é uma casa de apresentações cênicas, de dança e música que deve sua fama principalmente pelo formato único da construção. Não precisa ser bom entendedor de arquitetura pra imaginar a aventura que foi construir um prédio assim, em curvas e todo recortado. No total, a casa abriga cinco teatros, sendo dois deles bem grandes e reservados pra eventos top de linha. Dá pra assistir uma peça ou um show por AU$39,00 ou pagar mais que AU$200,00 por um bom lugar numa boa apresentação. Eu fiz o passeio guiado por dentro da Opera House e conheci as estruturas de cada concha da casa. É impressionante como todos os detalhes são pensados pra dar o melhor da visão e do som pros espectadores. O tipo de madeira, o formato da poltrona, iluminação, um espetáculo de projeto.

A construção da Opera House foi um desafio pra Sidney, envolveu muita gente e muito dinheiro e passou por boas complicações. O arquiteto que venceu o concurso deixou a cidade antes da casa ser concluída, pois se decepcionou com as críticas em relação a demora da construção. Enfim, dez anos mais tarde a casa foi inaugurada pela rainha britânica com o mínimo de alterações do projeto original, e até hoje o arquiteto nunca voltou a Sidney pra ver sua obra prima completa.

Na outra parte do meu dia vocês não imaginam o que aprontei. Fui sim conhecer a Sydney Harbour Bridge, mas nada de museu ou historinhas, eu escalei a ponte! O passeio chama Bridge Climb e a empresa responsável ganha uma nota preta levando grupos de turistas de 10 em 10 minutos pro topo da ponte. São 3h¹/² entre receber todos os equipamentos e instruções de segurança, “conhecer a nova família” e a subida em si. Fui no melhor horário possível do passeio, peguei a cidade iluminada com a luz do dia, o pôr-do-sol (todos na ponte pararam por 5 minutos pra contemplar o momento), as luzes começando a acender e Sidney at night, toda iluminada. Lindo de ver!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Sidney dos sonhos

Se existe cidade mais maravilhosa que Sidney ainda não começaram a espalhar. É tudo como nas revistas: prédios modernos, ruas limpas, pessoas alegres, coala, canguru e por aí vai. Tenho certeza de que vou passar muito bem por aqui. O que eles chamam de "espírito da Austrália" realmente é exclusivo!

Meus primeiros passeios em Sidney foram o Sydney Aquarium e o Sydney WildlifeWorld, dois complexos de exibição da vida marinha e da vida selvagem da Austrália. Os ambientes são fascinantes, envolvem o turista na visita. Virei criança. Eu quase saí procurando o Nemo e fugindo dos gafanhotos do "Vida de Inseto". Uma loucura! Abaixo, uma caminhada pelo fundo do mar e uma clássica e tão desejada foto (foto da foto) ao lado de um coala. Essa vai ficar pra história.

Ainda hoje fui ver a cidade em 360° de cima da Sydney Tower, uma torre de observação de 305m de altura, o ponto mais alto daqui. Na primeira foto da página dá pra ver a torre entre os outros edifícios do centro. Além do observatório, está também incluso na visita um passeio virtual pelos principais pontos da cidade. "Sobrevoa-se" Sidney em um cinema 3D sentado em cadeiras móveis, que acompanham o movimento de todo o percurso. Bem divertido!

Amanhã pretendo conhecer a Opera House, o teatro que tem a arquitetura única no planeta. Até, leitores!