terça-feira, 30 de setembro de 2008

Good day Sydney!

Acordei hoje com uma funcionária do hotel batendo na porta do meu quarto. Já tinha passado a hora de fazer check-out e eu ainda dormia nos braços de Morfeu*. Acho que morrí por uma noite e ressucitei. Meu último banho e boa noite de sono tinham sido na sexta-feira, então um chuveiro e uma cama quentinha foram tão potentes quanto anestesia na veia.

Tenho boas notícias. Já estou na casa da querida brasileira que irá me hospedar por uns dias. Fui recebida com arroz, feijão e bife! Parecia que estava tendo uma visão. Uma delícia! Demos uma volta pela cidade e tomamos um café. Amanhã começo o meu roteiro de turista e logo trarei fotos da moderna e encantora Sydney. Já estou amando este lugar. Até breve!

*Na mitologia grega, o deus do sono.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

AUSTRÁLIA

29 de Setembro de 2008. Dia histórico na minha vida. Hoje eu realizei meu maior sonho: cheguei na Austrália! Quem me conhece sabe o quanto ansiosamente planejei este momento. Foram 2h30min de vôo de Madri a Londres e mais 19 horas de Londres a Sydney, com direito a meia hora de pausa no aeroporo de Cingapura.

As 19 horas pareceram 19 dias. Fora ficar de ponta cabeça, em todas as outras posições humanamente possíveis eu fiquei. Pousar em Cingapura e não poder ver a cidade além do vidro foi uma pena. Eu morei lá há mais ou menos dez anos atrás e rever minha segunda casa seria maravilhoso. Quem sabe um outro dia...

Quando o avião aterrizou em Sydney, chorei emoção. Foi difícil não ter ninguém pra dividir um abraço e um estérico "AAAAAHH!! NÃO ACREDIIITOOO!!!" e ter que engolir cada palavra, mas gritei por dentro.

Em Sydney vou ficar hospedada na casa de uma brasileira, mas como hoje nos desencontramos, vou passar a noite em um hotel. Vai ser bom dormir em uma cama outra vez. See ya later, mate!

domingo, 28 de setembro de 2008

Noite a frio e fome

É de manhã e estou ainda no aeroporto de Madri, em poucas horas sai o meu vôo para a Austrália. De ontem para hoje não fiz nenhum passeio cultural, não comí nada estranho e nem conhecí gente interessante, mas passei por uma situaçao que vale a pena registrar.

Eram 9hs da noite de ontem quando, depois de fazer quilômetros pelo aeroporto enquanto esperava a tarde passar, sentei-me em um banco em meio à muvuca e liguei o computador. Postei no blog, respondí e-mails e fiquei de conversa no MSN até tarde da noite. Quando fechei o laptop já era meia-noite e eu era a única alma viva no aeroporto. Horas passaram e não percebí a movimentação ir acabando, só restou um guarda e a esteira rolante funcionando.

Como ainda tinha uma noite toda por alí fui sem pressa atrás de um lanche qualquer para matar a fome. Surpresa, todos os restaurantes estavam fechados. Com razão, pois o aeroporto fecha durante a madrugada, então ninguém 'deveria' estar por alí. Encontrei máquinas de café e chocolate pelo caminho, pensei 'beleza'. Contei minhas moedinhas e eu tinha €0,75 na mão, o que não era nem metade do que precisava para comprar o cafézinho mais barato. Não podia sacar dinheiro, pois as máquinas não aceitavam notas e, como tudo estava fechado, não teria aonde trocar dinheiro.

Andei mais um pouco já com cara de quem queria comer e não podia e avistei uma máquina de pirulitos. Cada custava €0,50! 'Achei minha janta', pensei. Minha alegria durou muito pouco, pois a máquina só aceitava moedas de €0,50 e como a Lei de Murphy existe minhas moedas eram todas de qualquer outro centavo, menos de cinquenta.

Enchí a barriga com água do bebedouro e procurei uma cama. Achei um cantinho atrás de uma fileira de bancos e dormí alí mesmo. O chão estava gelado e o travesseirinho de pescoço chegava a qualquer lugar, menos na cabeça. Foi uma noite do cão, mas passou rápido. Às 6hs da manhã eu já estava brincando de ir para lá e para cá na esteira esperando uma boa alma abrir um café. Mc Donald´s foi o primeiro e salvou a minha barriga. Foi a comida industrializada mais gostosa da minha vida!

sábado, 27 de setembro de 2008

Fim da segunda etapa

Olá! Escrevo do terminal quatro do aeroporto de Madri, na Espanha. Termino hoje a minha viagem pela Europa. Uma data interessante pra encerrar a segunda etapa da trip: dia 27, exatamente três meses depois de deixar o Brasil. Desembarquei aqui às 14 horas e aqui fico até às 8h45 de amanhã, quando pego o vôo para Austrália, com conexão em Londres.

Já nestas primeiras horas de espera apareceu um passatempo pra eu me distrair: a minha passagem foi toda comprada com a companhia aérea British Airways, mas de balcão em balcão descobri que não é ela quem irá me leva até Londres e nem até Sydney, mas sim outras duas: Iberia e Qantas. Foi um rolo de duas horas, três atendentes e três vezes contando a mesma história, mas conseguí fazer check-in pra ambos os vôos. Suspirei de alívio e de dei uma olhada de mãe vendo o filho partir pra minha mochila indo esteira abaixo. Espero que ela chegue comigo desta vez.

Quem quiser acompanhar o round three dessa aventura, não se avexe e apareça por aqui de vez em quando. Um abraço a todos conhecidos ou não que me escreveram neste trimestre mesmo não recebendo resposta e também a todos os amigos que até hoje não mandaram sinal de vida. Orações e dedos cruzados são bem-vindos! Obrigada pela companhia e nos falamos de novo na terra dos cangurus!

Balanço dos dias pela Europa

As últimas semanas fizeram parte do que chamo de segunda etapa da minha viagem. Durante 24 dias passeei pela Europa conhecendo um pouco do continente que guarda muito da história mundial. No total foram 34 horas e 20 minutos viajando de ônibus, trem e avião entre dez cidades em cinco países, sendo cinco delas capitais.

Como mochileira de primeira viagem, gastei as vezes sem precisar e perdí de visitar belos lugares por falta de preparo. Mas, em geral, acho que o saldo foi positivo, fiz meu papel de buscadora de informação. E quanta informação! Acho que se eu pensasse em ir a mais um museu, meu cérebro se fingiria de bobo.

Agora, de todas as paisagens lindas que estive, todos os lugares históricos que conhecí, todas as emoções e delícias gastronômicas que experimentei, sabe o que foi o melhor? As pessoas com quem conversei. Não adianta querer conhecer o mundo só com os olhos, é gentil e inteligente dar ouvido a quem tem algo pra contar. É nas pessoas que estão as boas histórias...

Abaixo algumas opiniões pessoais sobre onde passei:

Os Mais e os Menos da Europa
Cidade que mais gostei - Amsterdã/HOL
Cidade que menos gostei - Berlim/ALE
Cidade mais cara - Paris/PAR
Melhor albergue - Amsterdã/PAR
Pior albergue - Roma/ITA
Cidade mais limpa - Berlim/ALE
Pessoas mais agradáveis - Holandeses
Pessoas mais desagradáveis - Alemães
Melhor transporte público - Barcelona/ESP e Berlim/ALE
Muitos falam inglês - Holanda
Poucos falam inglês - França
Mulheres mais bonitas - Holandesas
Homens mais bonitos - Italianos
Os mais bem vestidos - Italianos
Os mais mal vestidos - Alemães

Pontos Altos
Palau de la Musica Catalana (Barcelona/ESP)
Tourada (Madri/ESP)
Show de Flamenco (Madri/ESP)
Museu do Louvre (Paris/FRA)
Moulin Rouge (Paris/FRA)
Casa de Anne Frank (Amsterdã/HOL)
Berliner Oktoberfest (Berlim/ALE)
Campo de Concentração (Berlim/ALE)
Vaticano (Roma/ITA)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Arte e história em Florença

Firenze, Firenze! Foi na cidade considerada uma das mais lindas do mundo que passei o último dia da minha trip pela Europa. Florença (Firenze em italiano) fica a 278km de Roma e é a capital da região da Toscana. Tem cerca de meio milhão de habitantes, mas hoje, meu amigo, devia ter meio milhão ao cubo de tanto turista. Vou te contar hein, dá só uma olhada:

Ainda em Roma, quase perdí o trem que saía às 8h30, aquele da passagem comprada ontem com a mal-amada (a macumba deve ter sido das brabas). A três minutos da saída, descobrí que estava de olho no painel das chegadas e então cruzei a estação mais rápido que o Jaspion costurando todo mundo até a primeira plataforma. Sentei na minha poltrona e o trem saiu. Um segundo de bobeira a mais e eu ficava.

Bom, em Florença conhecí muito pouco de tudo o que a cidade tem pra oferecer. Estive no Palazzo Vecchio, um edifício civil muito decorado (do piso ao teto, inclusive) construído em 1299 e que já foi sede de figuras importantes de lá; a Piazza della Signoria, com obras de arte expostas à ceu aberto, uma loucura; na Igreja de Santo Spirito de 1444; e na principal atração de Florença e que a faz levar o título de berço mundial do Renascimento: a Galeria dos Uffizi (1h30 de fila), um museu que abriga hoje obras de importantes nomes como Leonardo Da Vinci, Botticelli e Michelangelo. É uma honra ver de perto tanta história.

Palazzio Vecchio
Esta foto foi tirada do Ponte Vecchio, a ponte mais antiga da cidade e que é carregada de lojas de jóias de uma ponta a outra.

Bom, depois de um bom almoço e um sorvetão italiano voltei com vários minutos de antecedência à estação e peguei o trem para o minha última noite na capital italiana.

*Acho que fiquei devendo boas fotos hoje, mas acreditem: Florença é sim uma cidade linda. Talvez porque esta tarde a solidão bateu forte e me deixou meio "borocochô". Enfim, bola pra frente porque atrás vem gente. =]

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Day-off

Ainda tenho mais dois dias na Itália antes de voar pra tão esperada Austrália. “Tô que não me guento!”. Minha intenção hoje era passar o dia em Florença, mas me atrasei e decidi por fazer a viagem bate-volta amanhã e aproveitar o dia pra deixar tudo no jeito pra ir embora no sábado, além de dar uma pausa pro meu joelho que anda reclamando.

Na estação então, comprando a passagem pra amanhã, fui tão mal atendida por uma outra mal-amada que saí de lá bufando de raiva. Então, voltei e enfrentei a fila de novo só pra dizer que ela deveria tratar as pessoas com mais educação, e fui embora. Fez bem pras minhas células.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Eu ví o Papa!

Mais uma surpresa inesperada em Roma: euzinha assisti uma missa do Papa Bento XVI em plena Praça de São Pedro! Dá pra acreditar? Estava eu fazendo o caminho até os Museus do Vaticano, o que era o plano pra esta manhã, e passando em frente à Basílica de São Pedro vejo um auê diferente do que tinha visto no dia que estive por lá. Perguntei a um dos vários guardinhas o porquê daquilo tudo e ele disse, rindo (claro, todo ser que estava lá sabia o motivo) que o Papa iria celebrar uma missa em breve. Devo ter feito cara de besta, lógico, mas por dentro eu fiquei elétrica. Seria mais um momento único e desejado por muitos estar ali.

Então, meio desorientada, entrei por um portãozinho e sentei bem no meio da Praça São Pedro. Fiquei observando a multidão tomar conta do lugar, quando vi o que pareciam ingressos na mão de todo mundo. Sei lá se precisava de permissão pra entrar, de certo se deve reservar com antecedência um lugar. Como eu não sabia e ninguém me barrou, fiquei quietinha esperando o Papa chegar. E lá veio ele no carrinho Papal acenando pra todo mundo. Eu também mandei o meu tchauzinho pro Papa. E mais, quando ele citou o Brasil eu levantei e mandei um assovio caprichado! Meu fi-fi-fi-fiu fez eco no Vaticano. Haha!

Um recado pra minha querida família: papi, mamis, Celo e haury... vocês estavam todos comigo!

Depois de tudo isso, eu não precisava de mais nada pra fazer a viagem a Roma valer a pena. Mesmo assim, não perdi de conhecer a Capela Sistina nos Museus do Vaticano, onde fica o teto pintado por Michelangelo, sua obra mais famosa. Pena que lá não se pode tirar foto, mas se meu comentário for válido eu digo que a pintura é das mais bonitas que já vi. Como é legal ver de perto tantos marcos da história!

À noite fui jantar mais uma massa italiana com vinho na companhia de um amigo de Senegal que fiz no albergue. O cara vem daquelas famílias pobres africanas e, do zero, abriu sua própria empresa e hoje viaja o mundo inteiro fazendo negócio com grandes celebridades políticas e artísticas que a gente só vê pela TV. Parabéns pra ele! É cada história de vida que se ouve conhecendo tanta gente assim, incrível.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Roma Antiga

Devo ter feito quilômetros hoje percorrendo os principais pontos turísticos de Roma. Comecei pelo famoso Coliseu, o anfiteatro que sediava combates mortais entre gladiadores e entre animais selvagens no século 1° d.C. Que jeito mais esquisito de se divertir, eu hein. Eu não tinha noção da imponência da construção e, pra falar a verdade, de que tipo de “apresentação” acontecia lá dentro. Os espetáculos eram oferecidos gratuitamente ao público pelo imperador e por cidadãos ricos. A arena suportava 55 mil expectadores e foi construída em quatro níveis, sendo que os lugares do primeiro eram reservados pros bam-bam-bans da época. A arquitetura e os sistemas de elevadores, jaulas e labirintos descobertos em escavações no século 19 são impressionantes.

Estive também no Palatino, um monte onde a aristocracia romana morava e os imperadores erguiam seus palácios. Lá se vê os “restos mortais” das construções. A impressão que dá ao caminhar entre as ruínas é de entrar num filme desses antigos. Ao lado do Palatino, visitei o Foro Romano, o centro da vida política, comercial e judicial da Roma Antiga, também todo em ruínas. Soa óbvio, mas é interessante pisar em um lugar tão antigo e ainda assim ver como se parecia. Gostei!

Resumindo o restante do dia: estive na escadaria que é cartão-postal de Roma, a Scalinata di Spagna, que liga a Piazza di Spagna à igreja Trinità dei Monti; na Fontana di Trevi, a mais famosa fonte de Roma, cheia de moedas jogadas por turistas bobos atrás de desejos atendidos (eu também joguei a minha); e no Pantheon, “templo de todos os deuses”, a construção antiga mais conservada da cidade. No topo do templo, uma abertura redonda é a única passagem de luz. Quando chove, um sistema de aberturas no piso canaliza a água pra rua. E, coincidência ou não, chovia quando fui, então pude ver como tudo funciona.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mamma mia!

A caminho da Itália, nem vi o avião decolar e nem pousar. Só dormi. Desci em Roma às 9 da manhã e logo me senti em casa. Pessoas mais alegres e atenciosas que as das últimas paradas. Mesmo sendo mais desorganizada e barulhenta que Berlim, Roma deu uma impressão de ser acolhedora.

Demorei pra chegar no albergue, que não é lá muito aconchegante, mas tem uma cama e um banheiro (não são dos mais limpos também), e é barato. Larguei minha tralha e fui conhecer o que pra mim era o principal motivo de viajar a Roma: o Vaticano.

A Basílica de São Pedro é o santuário católico mais importante do mundo, onde fica o túmulo de São Pedro (“Jesus disse: Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja” Mt 16:18). Como católica praticante, foi emocionante entrar na Basílica, que inclusive é linda sem igual. É grandiosa no tamanho e na emoção que proporciona. Subi até o domo (de novo quase tive um ataque do coração, por sinal) e desci até os túmulos dos papas que ficam no subsolo da igreja, entre eles o do Papa João Paulo II. Emocionante! Já super satisfeita com a visita, descobri que uma missa seria celebrada dentro da igreja. Foi pra fechar com chave de ouro. Chorei um monte. Nunca vou me esquecer desse momento.

À noite, fui atrás de uma massa e de um vinho tinto pra começar bem a temporada em Roma. Cena buoníssima!

domingo, 21 de setembro de 2008

Sem teto por um dia

Hoje foi um dia pesado em vários sentidos. Fiz check-out no albergue e tomei meus vários meios de transporte até o aeroporto. Viajo para a Itália só amanhã de manhã, mas decidi não dormir mais uma noite no albergue pra não precisar fazer todo o movimento de ir embora no meio da madrugada. Então, guardei o mochilão em um locker do aeroporto e fui fazer mais um último passeio na Alemanha.

Já era meio-dia quando peguei trem rumo a um Campo de Concentração da Segunda Guerra Mundial. Que lugar louco! É uma sensação estranha caminhar por onde milhares de pessoas foram sujeitadas a maus-tratos e onde morreram em câmaras de gás, cremadas, de fome e doença. Impressiona passar pelos dormitórios, prisão, sala de autopsia e pelo temido portão de entrada do campo. Os depoimentos e relatos que se lê e ouve durante a visita são comoventes. E o mais chocante ainda é saber que tudo isso aconteceu a pouco mais de 50 anos atrás.

Já fora do ambiente carregado do Campo de Concentração, fui fazer hora na principal estação da cidade. Depois de algumas bugigangas e comes e bebes, voltei pro aeroporto pra passar a noite. Olha, vou dizer que não foi a noite mais confortável da minha vida. Dormi um bucado no chão, outro bucadinho no banco, até que lá pelas 3 da manhã achei um sofá dando sopa. Aí sim durmí feito uma anja.

sábado, 20 de setembro de 2008

Fora de Berlim

Passei o dia em Potsdam, uma cidadezinha independente bem agradável próxima de Berlim. Fui junto com uma alemã colega de quarto que, no início do dia, foi uma boa companhia, mas que depois sinceramente virou uma malinha sem alça. Desentendimentos à parte, o passeio em Potsdam foi delicioso. A cidade é tranqüila, tem lindas casas, mercados de fruta, flor, peixe, calcinha e de qualquer outro produto comerciável aonde quer que tenha uma praça.

Potsdam também é capital de Brandemburgo e tem 150 mil habitantes. A cidade sofreu muito na Segunda Guerra Mundial, principalmente da noite de 14 para 15 de abril de 1945, quando o centro foi bombardeado. Potsdam conseguiu o direito de município em 1317, mas só cresceu e apareceu depois do século 18 no tempo dos grandes eleitores e quando um grande palácio foi construído para Frederico, o Grande.

O Schloss Sanssouci, o palácio, fica dentro de um parque enorme que leva seu nome. O Park Sanssouci ocupa uma área de 287ha, é um absurdo de grande! Andei, andei e andei e acho que não conheci metade em 3 horas de pernada. Com o passar dos anos, outros palácios e diferentes jardins foram também construídos no local, o que fez do parque um dos complexos palacianos mais bonitos da Europa.

De volta à Berlim no fim do dia, saí novamente acompanhada de uma colega de quarto, desta vez uma coreana muito da doida, atrás de uma comida típica do país. Tivemos salsicha e cerveja. Mais alemão que isso não há. Prost!*

*Prost é o que se diz quando se brinda em alemão. =]

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Centro de Berlim

Levantei hoje com o pé menos atrás com Berlim. Depois de acordar literalmente com os passarinhos no meio da “floresta” e tomar um reforçado café da manhã, peguei o meu ônibus e meus dois trens em direção ao centro da cidade. Uma hora depois e estava na segunda mais alta estrutura da Europa, a Telespargel, uma torre de TV de 365 metros de onde se tem uma vista de 360° da cidade. O elevador que leva à esfera de observação sobe 6 metros a cada segundo! O ouvido sente a pressão. No andar acima, um café giratório é mais uma atração da torre. Eu tomei o meu expresso enquanto via Berlim do alto. Um caro charme!

As outras principais passagens do dia foram pelo AquaDom, um complexo de aquários, o DDR Museum, uma exposição do dia-a-dia da Alemanha Comunista entre os anos de 1946 e 1989, e a Berliner Dom, a catedral protestante, uma das maiores da Europa.

No caminho de volta para o albergue, já no fim do dia, entrei por curiosidade em uma tenda montada em um parque da cidade e de repente estava dentro da edição Berlinense do Oktoberfest 2008, a maior cerimônia festiva do mundo! A festa oficial ocorre anualmente na cidade de Munique e é basicamente um “culto à cerveja”, onde 7 milhões de pessoas visitam a cidade e bebem canecas de 1 litro da bebida ao longo dos 16 dias de festa. Eu achei o máximo “cair” na Oktoberfest em Berlim, mesmo que na versão miniatura. Música tradicional, garçons em trajes típicos, cerveja, pernil e mais cerveja. Peguei a minha caneca, sentei-me a mesa com alemães e senti um pouco da tradição e da bagunça do famoso festival. Foi um barato!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Em terra de alemão

Dia de seguir viagem. Meu tempo em Amsterdã acabou e hoje peguei um trem para Berlim, a capital Alemã. Pouco mais de seis horas sob os trilhos e desci morrendo de frio na estação principal. E lá fui eu comprar um cachecol. A chegada em Berlim não foi muito agradável. Principalmente porque os alemães parecem portas. Você abre um sorriso e ninguém te devolve um de volta. Quando falam então, parecem estar xingando de tão grossos que conseguem ser. Pelo menos foi a minha primeira impressão.

Quando cheguei já era começo de noite, então fui direto para o albergue com a intenção de só ir dormir. O albergue é bom, mas fica a dois trens e um ônibus do centro da cidade. Pra ser bem sincera, fica no fim da cidade, no meio do que parece uma floresta. Comi só ao meio-dia no trem e tinha a esperança de jantar no albergue, mas a cozinha fechava às 18h30 e não tinha nenhuma máquina de quitutes pra enganar a fome. Então, comí uns restos mortais de chocolate que tinha na mochila, planejei o que conhecer na cidade e fui pra cama com o pensamento “amanhã é um novo dia”.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Longe da cidade grande

Mais uma viagem bate-volta no meu roteiro pela Europa. Hoje passei o dia em uma cidadezinha a 15 minutos de trem de Amsterdã chamada Haarlem. A cidade tem 153 mil habitantes e é uma miniatura de Amsterdã, mas sem o movimento e barulho da capital. É um lugar tranqüilo, famoso pelos seus asilos (entrei em um sem querer atrás de informação). As principais atrações ficam em torno da animada praça Grote Markt.

Fui conhecer a catedral gótica Grote Kerk ou Sint Bavo construída entre 1400 e 1550. No órgão que ela abriga Mozart já tocou quando tinha 10 anos de idade. Um guri! A igreja era cristã, mas foi transformada em protestante tempo depois. A catedral também abriga outros objetos de importante valor histórico para a cidade. A igreja foi o único ponto turístico que realmente entrei em Haarlem. Fiquei mais passeando pelas ruas e observando a paz do lugar.

Ainda não havia comentado, mas a Holanda é ironicamente dita ter mais bicicletas que habitantes. Pedestre é quem tem menos espaço nas ruas por aqui, além de disputar a vez com carros, ônibus e bondes ainda tem que cuidar dos ciclistas, que não são poucos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A Amsterdã culta e liberal

Rijksmuseum

Hoje foi o dia dos museus. Estive no Rijksmuseum, o museu que tem o maior acervo de arte holandesa e que é um marco de Amsterdã; no Van Gogh Museum, um museu dedicado à vida e às obras do artista (a história de Van Gogh é cheia de crises e momentos fortes); e no Diamond Museum, um museu de diamantes, um importante produto das indústrias locais. No final do percurso o visitante entra sem saber dentro de uma sala recortada em espelhos imitando o interior de um diamante. É uma surpresa bem bacana (agora não é mais surpresa, hehe).

Hoje estive também no Bairro da Luz Vermelha (relaxa pai). Estar em Amsterdã e não passar por lá é como chegar ao inferno e não abraçar o diabo. Então, fui ver qual era a do famoso e vulgar Bairro da Luz Vermelha. Ainda era dia quando caminhei pelas ruas estreitas que beiram o canal do bairro, mas àquela hora algumas semi-peladas já se exibiam nas vitrines. Entre uma “casa de espetáculo” e outra, vários sex-shops e café-shops permitindo abertamente o uso de drogas no local. É impressionante como tudo que é ilegal no resto do mundo aqui é tratado com a maior naturalidade.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Paisagens da Holanda

Acho que estou ficando mais preguiçosa. No começo da viagem eu ia ao máximo de atrações turísticas que cabiam no meu relógio, agora tenho escolhido as que mais me interessam e me dou por turista satisfeita. E sinto que ser “preguiçosa” tem sido bom. Assim aproveito melhor cada passeio sem só passar por ele.

Hoje fui só a três lugares. O primeiro foi um zoológico, o Artis Royal Zoo, um lugar nada prioritário para quem está a apenas um dia na cidade, mas eu estava com vontade. Várias turminhas de sala de aula andando de trenzinho e cantando “um elefante incomoda muita gente” e eu. Deu para enganar a saudade da velha e boa infância. Olha quem eu encontrei por lá...

O segundo, um centro de ciência e tecnologia chamado NEMO onde o visitante pode experimentar vários equipamentos de energia, ilusão de ótica e outras curiosidades do mundo científico e virtual. Bem interessante.

E o último lugar foi na verdade uma descoberta. Fui de bonde (tenho me locomovido aqui assim) atrás de um moinho de vento afastado do centro da cidade. O caminho até a parada levou 1 hora da estação central. Descí do bonde e percebí uma diferença incrível do que eu tinha visto até então em Amsterdã: ninguém nas ruas, nem carro, só casas e silêncio.

Fiquei meio perdida. Meio não, fiquei perdidona. O que me orientou foi, no meio de todo aquele nada, uma placa solitária que indicava o caminho até o tal moinho. E lá fui eu seguindo a sequência de plaquinhas. Devo ter caminhado quase uma hora até chegar. No moinho foi super interessante ouvir toda a explicação de um senhor voluntário, além de emocionante ver ao vivo uma paisagem tipicamente holandesa. Mas a grande surpresa foi ainda antes do moinho, foi justamente e simplesmente o caminho até lá. Casas tradicionais holandesas entre canais e muito verde. Eu queria muito passar por paisagens assim. Adorei, foi lindo.

domingo, 14 de setembro de 2008

Na polêmica Amsterdã

Acordei em Londres antes das galinhas pra pegar o vôo pra Amsterdã e logo recebi um “bloody morning” de um inglês mal-amado no elevador. A praga não pegou e o meu dia não foi nada “sangrento”.

De recepção em Amsterdã encontrei boas companhias no caminho do aeroporto até o centro da cidade: um senhor americano e seus “causos” com furacões e um casal de velhinhos ingleses vendendo simpatia. Na Centraal Station, de onde saem várias linhas de transporte da capital, ganhei de mão beijada um passe pra utilizar qualquer meio de transporte de graça pelos próximos três dias. O cartão veio de um homem prestes a viajar, santa criatura!

Cheguei no albergue, onde iria ficar somente um dia por causa de lotação, e consegui reservar minha cama por mais três noites e ainda transferir o pagamento da hospedagem no segundo albergue para o primeiro. Olha que belezura! E melhor ainda, o albergue é muito bom, é jóia, supimpa! O melhor que fiquei até agora. Estou em um dormitório para 20 calcinhas-de-plantão, mas o quarto é bem grande e tem bastante banheiro. Sem contar com o café da manhã, que satisfaz todas as minhas lombrigas. Olha o albergue aí, não é uma graça?!

A primeira atividade em Amsterdã foi ir atrás de casaco (o friozinho que fez hoje aqui foi de encolher qualquer mulher) e de uma mochila de guerra nova porque a minha não aguentou o peso e pediu pra sair.

De primeira atração, fiz um passeio de barco pelos canais da cidade. A Holanda utiliza canais e outros sistemas de drenagem como moinhos e diques para manter o litoral do território, que antigamente já teve metade da sua extensão submersa.

Depois fui conhecer a casa de Anne Frank, a menina judia que morou escondida com outros refugiados por dois anos durante a Segunda Guerra Mundial até ser descoberta pelos nazistas e que durante este tempo escreveu o famoso Diário de Anne Frank. A visita é tocante! Conhece-se toda a história e passa-se pelos cômodos vazios do esconderijo com apenas as fotos do quarto de Anne ainda no mesmo lugar e frases do diário impressas pelas paredes da casa. É de mexer com qualquer um.

Ainda no fim do dia fui parar no Holland Casino Amsterdam. Comprei um cartão que permite livre entrada em várias atrações e, como uma delas era o cassino, não perdí de ir. Só perdí mesmo foi dinheiro lá dentro, mas esta parte é melhor nem comentar.

A primeira impressão de Amsterdã foi a melhor possível. A cidade é bonita, limpa, tudo funciona muito bem e parece ser divertidíssima. Acho que vou ficar por aqui...

Seguem duas fotos noturnas de Amsterdan, sendo a primeira da Centraal Station.

sábado, 13 de setembro de 2008

Pit Stop fora de rota

Meu último dia em Parri foi curto e um pouco frustrante, mas se tornou encantador e deixou um gostinho de quero mais. Como iria pegar vôo pra Amsterdã à tarde, reservei a manhã pra conhecer o Palácio de Versailles, o maior da Europa, aonde já chegaram a viver 20 mil pessoas.

Pra chegar levei um tempão. O palácio fica afastado da Grande Paris, então tive que pegar um outro tipo de trem que vai para os bairros suburbanos da cidade. Finalmente lá, vi que a idéia de visitar o palácio não era só minha. Uma fila de desencorajar qualquer um me tirou a chance de fazer a visita porque meus minutos hoje infelizmente eram contados. A frase “nadei, nadei e morri na praia” foi feita pra esse momento. Fiquei com uma cara de banana que só vendo.

Então, frustrada, fui rodear o palácio, que era o máximo que podia fazer, e encontrei uma esperança pro resto da manhã. Era o Jardim de Versailles, tão famoso quanto o próprio palácio. Um conto de fadas de princesa da Disney, sem melhor descrição. E gigante, deve ganhar de Sidrolândia, só pode. Também não conseguí explorar o jardim, só fiquei na parte superior, de onde nem se enxerga toda a extensão. Bom, a visita completa ao Palácio vai ter que ficar para a próxima... Acho que vou começar a encher o cofrinho outra vez.

Bom, o resto do dia também seguiu com surpresas. Peguei o vôo pra Amsterdã com conexão em Londres um pouco atrasado por “falhas técnicas na aeronave”. Descendo em Londres, um comissário da empresa aérea me esperava pra me levar até o próximo embarque o quanto antes. Resultado: não conseguí chegar a tempo pra conexão e nem ser encaixada em nenhum outro vôo do dia, então tive que passar a noite em Londres. A empresa me colocou em um hotel e pagou tudo. Nada mal, huh?! Tive uma noite em um quarto só pra mim e na faixa. Bem que isso podia acontecer mais vezes...