quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Viva Barcelona!

Acordei hoje com todo o gás pro primeiro dia inteiro de caminhada em Barcelona. Tomei um cafezão da manhã no albergue e peguei o metrô em direção à igreja da Sagrada Família. (Abrindo um parênteses pro metrô, ele é uma ótima opção de locomoção aqui. É barato, rápido e leva pra qualquer canto da cidade).

Saindo da estação, dei de cara com a construção gigantesca e diferente em meio a um cenário movimentado e barulhento de cidade grande. A Sagrada Família é uma igreja diferente de todas as outras, é pura arte. É inteira esculpida pelo lado de fora retratando momentos da vida de Jesus, tem torres decoradas com moisaco representando os discípulos, uma escadaria de 400 degraus em espiral... uma loucura. O projeto é do arquiteto Gaudí, o mesmo banbanban da Casa Gaudí que comentei ontem. Ele viveu recluso na igreja os últimos 16 anos da sua vida, até quando morreu atropelado por um bonde. Em Barcelona, ele é o cara! Pra ter noção da ambição do homem, a obra está em construção desde 1882. É material de contrução, pedreiro e guindaste pra todo lado. Vai saber até quando...

Continuando as visitas do dia, fui conhecer as atrações da área de Montjuïc. Aí sim eu descobrí o que é suar hein, andei mais que fiel em dia de procissão. Descí do metrô e logo perguntei na casinha de informações onde estava a Plaça d´Espanya. A mulher respondeu: você está nela. Fiquei com uma cara de babana... Enfim, enxerguei a praça e seguí andando pela Avinguda de la Reina Cristina, passei por uma série de edifícios construídos pra Feira Internacional de 1929, até subir as escadarias do Palau Nacional, o Museu Nacional d´Art de Catalunya, uma outra construção que impressiona.

O museu tem o maior acervo de peças românicas do mundo. Deve ser bem interessante pra bom entendedor. Pra mim foi bonito de ver. Mas mais bonito ainda foi ver Barcelona lá de cima. Tinha bastante gente até, mas todos estavam em silêncio ouvindo só o cantor de rua tocar seu violãozinho e de olho no horizonte. Foi um momento diferente, de muita paz.

Saindo de lá ainda passei por outros dois lugares que valeram a pena. O primeiro deles o Estadi Olímpic de Montjuïc, construído para as olimpíadas de 1936 e ampliado para os jogos de 1992, e o segundo o chamado Poble Espanyol, um complexo de casas criado para a Feira de 1929 com o objetivo de mostrar a arquitetura e o artesanato espanhóis. É uma vila com lojinhas de artistas locais e pequenas praças. Um lugar histórico, tranquilo e charmoso.

Bom, uma hora dessas meu pé já pedia arrego. Resolví voltar pro albergue, tomar aquele banho e voltar pro mesmo lugar que passei a tarde toda, pros arredores da Plaça d´Espanya pra assistir ao espetáculo de água, som e luz da Font Màgica que fica bem em frente ao Palau Nacional, o prédio do Museu. É imperdível pra quem visita Barcelona no verão. Muito bonito!

Como se já não bastasse, fui a noite com uma colega de quarto italiana comer tapas (petiscos espanhóis) na avenida de Las Ramblas, um calçadão movimentado as 24 horas do dia, e ainda depois à boate Pacha de Barcelona. Eita dia comprido esse!