domingo, 7 de setembro de 2008

Madrid dos Bourbons

O domingão em Madrid me pareceu curto, mas foi muito gostoso (talvez por isso passou tão rápido). Adivinha com quem passei a primeira parte da manhã? Claro, com a colega de Cingapura. Fiz amizade com ela ainda ontem, ficamos falando de Cingapura até dizer chega. Acordamos cedo e fomos até o famoso mercado-de-pulgas de Madrid, El Rastro. No português “mais bão” daqueles que a gente aprende na rua, uma feirona ao ar livre. O El Rastro foi criado ainda na Idade Média e até hoje continua sendo uma boa opção de compras e pechinchas pra madrilenhos e turistas nos dias de domingo.

De lá fomos garantir a programação da noite. Fomos até a Plaza de Toros de Las Ventas comprar ingressos pra assistir uma tourada! Isso era uma das prioridades da minha listinha pra Espanha. Sou super contra esta tradição, mas como o meu objetivo na viagem é conhecer a cultura local, a tourada não podia faltar. Olé!

Ingresso na pochete, segui o resto do dia conhecendo a cidade, a partir daí sem minha companheira. Fiquei encantada com a visita seguinte: o Parque del Retiro. É o lugar ideal tanto pra quem quer lazer como pra quem quer descanso. É um parque enoooorme situado no bairro chique de Madrid (Jerónimos) onde antes existia um palácio real (foi usado como propriedade real desde 1632 até ser totalmente aberto ao público em 1869). Fiquei uma hora e meia rodando o parque e não o conheci por inteiro. Inclusive tive que pedir ajuda pra ir embora, senão era capaz de passar o resto do dia atrás de uma saída. Saindo de lá fiquei pensando com meus botões... pra quê tanto espaço pra uma só família?!

Saindo de lá, fui até a Estación de Atocha, o primeiro serviço ferroviário de Madrid. Mas desta vez não fui pela história, fui pra comprar passagem mesmo. Vou para Paris de trem na terça-feira! Uma madame! De madame madame não vai ter muito, vou na “cadeira reclinável para a noite” (é assim que é classificada), mas mesmo assim vou estar me achando chiquérrima.

Com a passagem também na pochete, continuei as visitas da tarde. À uma hora dessas, eu já não tinha muito tempo sobrando antes da tourada, então optei pelo Museu del Prado, onde fica a maior coleção do mundo de pintura espanhola (especialmente de Velázquez e Goya). A entrada era gratuita e a fila imensa. Não visitei todo o museu, só corri (corri mesmo) atrás das principais pinturas que eu queria ver de perto. Não sei o que aconteceu, eu devia estar perturbada porque no total eu tinha uma hora pra fazer a visita. Só que ainda fora do museu, saí da fila duas vezes, e dentro entrei duas vezes numa fila errada, que não dava pras salas aonde precisava chegar. Enfim, quando me dei conta de tudo, só faltavam 10 minutos. Por isso que eu tive correr.

Cheguei na tourada atrasada, por isso só pude entrar na segunda corrida. “Você tem que esperar eles matarem o touro”. Fiquei horrorizada com a tranquilidade do moço que me barrou. Comprei uns amendoinzinhos pra ficar roendo e logo que e a segunda corrida começou não consegui mais olhar pro pacotinho. Meu estômago embrulhou! A tal da tourada é sangrenta demais, pobre touro. Mesmo enjoada, assisti até a sexta e última “batalha”. Realmente foi muito interessante, a tradição é muito forte e tem gente que vibra pelos toureiros (estes não devem ter amor pela vida, dois deles saíram da arena desmaiados, se não pior). Mas sinceramente, agora que já assisti ao vivo uma vez na vida, não me importaria de não mais voltar.