terça-feira, 9 de setembro de 2008

“Parri, Parri”!

Desembarquei em Paris depois de 8h30 viajando de trem. Não pude ver muito da paisagem, porque a saída foi no fim da tarde e a chegada no começo da manhã. A viagem foi gelada, mas melhorou depois que arranquei minha toalha de dentro da mochila e fiz de cobertor. Antes de capotar na minha super cadeira reclinável, jantei no bar do trem e tomei um vinho pra brindar a ida à cidade luz. Fiquei conversando com o garçom por horas (diz-que em espanhol), um senhorzinho simpático e cheio de histórias dos seus mais de 20 anos trabalhando dentro do trem.
O clima estava muito gostoso, pode parecer bobo, mas foi um momento de prazer que nunca vou esquecer.


A chegada na cidade não foi fácil. Ninguém fala inglês e os franceses não são muito receptivos com estrangeiros, e pra ajudar ainda cheguei sem reserva em lugar algum pra passar a noite. Ainda bem que era de manhã e tinha o dia pra encontrar um hotel (isso mesmo, em Paris não vou ficar em albergue, vou posar de madame em um bom hotel – depois vou ter que passar o resto da viagem a mc donald´s pra compensar).

Depois que desembarquei, rodei a estação ferroviária por uma hora atrás de informação, e nada. Sentei-me na ponta de um trilho, abrí meu guia da cidade e fiquei caçando a Praça da República no mapa, que era aonde ficava o hotel que tinha em mente me hospedar. E nada de Praça da República. Por uns minutos então, não sabia o que fazer, sem orientação e sem reserva, perdida em Paris. Assistia os passageiros cruzarem as plataformas pra lá e pra cá quando ví um centro de informações. Entrei e pedí por ajuda, três franceses coroas riram da minha cara e diziam que não falavam inglês. Um absurdo para quem trabalha em um centro de informações aonde chegam turistas do mundo inteiro todos os dias do ano! Até que de trás do balcão surge uma moça loira, mais um anjo que passou pelo meu caminho. A criatura falava inglês e me deu as orientações todas que precisava para chegar aonde queria.

De mochila nas costas peguei metrô e saí da estação com os pés na tal Praça. Dalí pro hotel eram poucos passos. Na recepção me sentí um E.T., as mulheres do balcão me olhavam com cara de "você vai ficar aqui neste hotel fino?!" e não me atendiam. Até que metí a boca e perguntei se podiam falar comigo. Depois de passar o cartão de crédito elas eram todas sorrisos.

Passei o resto da manhã vagarosamente me acomodando. De almoço comí um crepe na esquina e logo fui passear na Champs-Elysées, a avenida mais célebre e charmosa de Paris. O nome significa Campos Elísios e foi criada em 1667 com o objetivo de proporcionar uma vista arborizada para a realeza.

Esta foto pega toda a extensão da Champs-Elysées e foi tirada de cima do Arco do Triunfo, o mais famoso arco triunfal do mundo. Foi concluído em 1836 em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte. Nele estão gravados nomes de batalhas e de generais. Em 1921, o corpo do Soldado Desconhecido foi enterrado sob o arco pra reverenciar os mortos na Primeira Guerra Mundial. A chama da memória estava acesa quando visitei o monumento.

Ao contrário de Madrid, o clima de Paris piorou durante o dia. Vou aproveitar o friozinho e a garoa pra ibernar no meu bom e caro quarto.