quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Chegada turbulenta na Austrália

Estou de volta à Australia. Saí de Auckland esta tarde e cheguei em Sidney às 10hs da noite depois de uma parada para conexão nada agradável em Brisbane. Vou explicar em detalhes:

Estava eu tranquila na fila da imigração quando fui chamada por um policial loiro, largo e bigodudo para checagem de passaporte. Apesar do mau humor do moço, tudo corria bem até que ele desmontou meu passaporte. Por conta de um visto dos Estados Unidos no meu passaporte antigo que ainda é valido, tenho que carregar o passaporte antigo e o novo juntos e grampeados. Ele simplesmente foi um bruto e arrebentou tudo. Eu falei que não podia e tentei puxar de volta da mão dele e então ele puxou com mais força e a gente ficou nessa, brigando pelo passaporte. Ele era mais forte e estourou tudo me olhando, estúpido. E foi aí que a brincadeira começou...

Ele não deve ter ido com a minha cara e chamou outra policial para me entrevistar. Eu declarei na ficha de imigração que iria ficar na Austrália por somente um dia e isso criou o maior problema. Ela não entendia o porquê de dormir uma noite em Sidney e pegar o avião para Cingapura no outro dia se existiam vôos no mesmo dia. Ela disse que era muito estranho e que eu poderia estar transportando drogas. Pode?! Enfim, depois de passar por essa minha bagagem foi para inspeção. Eu trouxe da Nova Zelândia um pacote de granola que sobrou dos meus comes e algumas barrinhas de cereal e isso também causou geral. Minha mochila foi revistada em todos os compartimentos, o policial de agora queria nomes de tudo o que apontava, e então lá fui eu dizendo: chinelo, shampoo, presente, calcinha.

Passado mais esta tive que fazer check-in de novo para Sidney, pegar metrô para o terminal doméstico e passar pelo controle de segurança (mais um). Para não contrariar o andamento da história, a máquina apitou quando passei e minha mochila de mão teve que ser revistada. Eu tinha esquecido meu kit de talheres na mochila que parece um canivete. Quando embarquei em Auckland o policial foi bonzinho e disse que podia passar, mas não tive a mesma sorte em Brisbane. Ou eu entregava para ele (como fiz com o meu canivete tramontina em Roma) ou fazia check-in novamente. Voltei para a mesa de check-in não sabendo se ria ou chorava e tentei enviar o kit malako sozinho. Não podia, somente dentro de alguma sacola. Eu não quis enviar a minha mochila de mão porque não largaria minha máquina fotográfica e o laptop para serem arremessados dentro do avião. A moça do balcão então achou uma solução e colocou meu canivete dentro de uma sacola de lona (daquelas de sacoleiro) enorme e colorida e mandou esteira abaixo.

Para encerrar o episódio tive que ficar na fila para passar pela segurança de novo. Adivinha? A máquina apitou comigo e checaram a minha mochila outra vez. Desta vez encontraram um isqueiro que carreguei a viagem inteira (todos estes meses!) no mesmo lugar, em caso de um dia eu me perder na floresta e precisar fazer fogo, sei lá. Nunca ninguém encrencou com meu inutilizado isqueiro, mas hoje tudo conspirou ao contrário. Deixei a m* do isqueiro e fui bufando para a área de embarque. Sentei, engoli todas as barrinhas de cereal que tinha e esperei meu avião para Sidney (que estava atrasado) chegar.

Refletindo sobre o acontecido durante o vôo comecei a acreditar que depois de ter passado por cinco policiais eu só podia ter mesmo cara de traficante. Desembarquei super desconfiada em Sidney pronta para atirar a bota em qualquer policial que me achasse suspeita. Felizmente ninguém se atreveu, peguei minha mochila e minha sacola de lona colorida e fui direto para a casa dos meus amigos dormir e dar um fim nessa novela.