[Os franceses têm uma expressão perfeita pra esse meu distúrbio: algo que soa parecido com desbussolê e que traduzido bom português de botequim seria desbussolada]. =/
Voltando ao mapa, a intenção da tarde era chegar numa tal de “rua de artes com A maiúsculo” (assim diz a propaganda), mas meu senso de orientação se perdeu no caminho e me levou pra direção contrária. Mas como nem todo pão cai com o lado da manteiga pra baixo, até que o passeio do acaso foi legal.
Passei sem querer por um parque de árvores altíssimas bem bonito que depois descobrí que era o Fitzroy Gardens, datado da década de 1850. Nele também ficava o Royal Exhibition Building, uma das poucas estruturas ainda de pé das exposições mundiais do século 19. Então de repente me encontrei no guia e vi que estava rodeando a Área do Parlamento de Melbourne. Lendo agora pra escrever no blog, estou descobrindo que a área fica em uma colina e que foi reservada para os edifícios públicos da cidade. Hm, interessante. Não é que a região é elegante mesmo?!

Por última e mais inesperada de todas foi a próxima atração do meu dia. Eu estava fazendo meu caminho sentido centro da cidade (pra lá eu sei ir facinho) pra ir ao museu National Gallery of Victoria, quando passei por uma placa que dizia: “Old Melbourne Gaol – Experiência de Crime e Justiça”. Era o primeiro grande complexo presidiário do estado de Victoria que executou 135 pessoas entre os anos de 1845 e 1929 e que incrivelmente hoje virou passeio turístico. Ao invés de ver pinturas, resolví entrar na cadeia.

Depois então de fazer a digestão do almoço na cadeia, ainda tiveram mais dois momentos da “Experiência de Crime e Justiça” que eu não esperava. Em uma sala da corte, cerca de cinqüenta de nós turistas reproduzimos a condenação de Ned Kelly. Eu quis participar do teatrinho e fui um tal de Foreman, vesti um colete azul e num momento X tinha que levantar da cadeira do público e dizer que o cara era culpado. Um show de atuação! Rs.
A segunda parte também foi representada, mas foi mais pesada. Nós realmente vivemos a experiência de ser presos, levamos ordens de uma policial braba de mentirinha (mas que atuava muito bem que chegava a parecer verdade) e ficamos presos em celas sem luz. Nas paredes tinham dizeres dos presos datados de 1800 e bolinhas e das caixas de som saíam conversas que teriam sido gravadas na época. Impressionante e arrepiante.


Um alô direto da minha cama em Melbourne. Beijos e saudades!
