segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Tongariro Crossing

*OBS: Hoje é dia 22 de setembro de 2010, já faz mais de um ano e meio que fiz este passeio. Durante a viagem, esta postagem ficou de fora do blog, pois não tive tempo de inserí-la. Apesar de passado tanto tempo, nunca me esqueci de que algum dia ainda teria que publicá-la aqui. Hoje, portanto, cumpro esta minha promessa e deixo registrado mais um dos espetaculares momentos da minha trip.


Tongariro Crossing, ou Travessia Tongariro para nós, é uma trilha básica de apenas 8 horas de caminhada, com 18,5 km de distância. Nas palavras do folder do próprio passeio, o grau de dificuldade é classificado "desafiador". A Travessia é considerada a melhor trilha de um dia da Nova Zelândia e é uma oportunidade de caminhar pelo cenário de vulcões mais ativos da região. Digamos que é uma experiência que não se vive todo dia.

A trilha começa em Mangatepopo, a base da montanha, e termina em Ketetahi, a outra base, mas do outro lado. Um ônibus pega os andarilhos em Taupo e os leva, dormindo (porque o ônibus sai às 6h), até o início da trilha e os leva embora, dormindo (porque estão mortos), de volta pra cidade. A Travessia pode ser acompanhada por um guia ou ser feita na fé, no estilo "segue a trilha". Mesmo quando não se está em um grupo, você não se sente o último ser vivo do planeta, porque sempre dá pra avistar um doido ou outro camelando ao longe. A paisagem das 8 horas de caminhada varia de arbustos baixos e riachinho passando ao lado, só pedra sem um verde, só vulcão, vulcão com neve no topo, terra batida (quase um deserto), lagos cor de esmeralda (chamados Lagos Esmeralda mesmo), um lago azul (chamado Lago Azul mesmo) e, por fim, floresta fechada. Dá uma canseira, mas cada passo naquele silêncio vale a pena.

Bom, o ônibus me pegou no albergue junto com outras meninas que estavam hospedadas lá e que eu já tinha conhecido. Fui dormindo até a base da trilha e quando chegamos lá dei uma de anti-social e saí sozinha pra fazer a Travessia. Não queria viver a experiência com um monte de mulher falando sem parar, então encarei o desafio comigo mesma. Eu, minha garrafona d´água, um sanduíche delícia que fiz no albergue e, claro, minha máquina fotográfica. Eu fiz o percurso em 6h20min, não fiz correndo, mas não fiquei parando muito. Depois de umas 3 horas, quando estava no topo da montanha, sentei numa pedra pra almoçar meu sanduba. Mais um pouco à frente, fiz um pit-stop no banheiro (única estrutura do lugar) e seguí andando até chegar no final do percurso, onde dezenas de pessoas já arejavam seus pés deitadas no chão curtindo a sensação de missão cumprida.

Este passeio foi muito diferente de todos os outros que fiz na viagem. Foi silencioso e solitário e, ao mesmo tempo, me preencheu de satisfação.